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Um brevet de um dia com a distância de cerca de 215kms que transformei em 450 repartidos por três dias. O curioso é que nem estava para ir a este brevet. Depois de completar a série completa em 2013 não via necessidade de participar, mas alguma coisa dentro de mim começa a mexer à medida que a data se aproxima. Começa a tornar-se irresistível, o que é estranho quando se pensa no esforço envolvido.
O primeiro dia, a Sexta, foi o dia da viagem para o ponto de partida, Vila Franca de Xira, a partir da Marinha Grande. Puxar o atrelado, um pequeno problema no joelho e alguma chuva obrigaram a uma viagem lenta mas agradável. Mesmo a grande molha que apanhei não foi de todo desagradável, estava um tempo abafado e assim como me molhava, enxugava. O pior mesmo foi ter molhado algumas pontas da tenda e do saco cama. O saco do atrelado não é lá muito impermeável mas fica prometida uma crítica com mais detalhe. Acho que cheguei ao parque de campismo lá para as 5 da tarde e até que fiquei contente por já lá estar alguém, um colega randonneur do Porto que tinha vindo de comboio de madrugada. Já nem me lembrava bem como se montava a tenda mas lá pus a barraca de pé antes que mais uma carga de água desabasse dos céus. Isso acabou por acontecer perto da meia noite. A parede exterior da tenda não aguentou e começou a escorrer água pela camada interior da tenda que acabava por desaguar dentro da tenda. Durante uns minutos fiquei em cima do colchão tentando não tocar com nada no chão molhado. Felizmente a chuva parou, arrumei as minhas coisas da melhor forma que pude e só tinha que me preocupar em não colocar o saco cama na água enquanto dormia. Acabou por correr melhor do que esperava. Apesar de estar tudo molhado à minha volta dormi confortável e quente.
Acordei pouco antes das 7 da manhã para ajudar no Bike Check ou qualquer outra coisa que fosse necessária. A hora antes do arranque passa num instante e sem dar por isso já estávamos a caminho de mais um dia de 200kms.
Não me vou alongar no relato do brevet. Pessoalmente correu-me bem apesar do tal joelho meio teimoso. No geral penso que também correu bem e toda a gente chegou ao fim dentro do tempo limite. Foi um dia lindo, sem chuva, com um céu azul e nuvens brancas daquelas que parecem algodão. Fiquei surpreendido comigo mesmo quando decidi sozinho percorrer os últimos 50kms com uma velocidade média de 28kms/h. Nada de especial mas já tinha muitas horas nas pernas, a nível pessoal, foi bem bom. Banho, conversa e jantar com alguns randonneurs, estava o dia arrumado.
Lá para as 9:30 do dia seguinte já estava a fazer a viagem de volta. Um nevoeiro intenso, tão intenso que criou gotas de água nos pêlos dos braços, fez-me perceber que preciso de mais luzes no atrelado. Quando está muito cheio pode tapar as luzes da bicicleta. O dia acabou por ficar azul e a viagem custou-me menos do que previra. Ainda assim, os músculos das pernas já davam algum sinal de cansaço, principalmente depois de uma descida em que é preciso voltar a pedalar. As dificuldades foram atenuadas pela paisagem de pomares e vinhas da zona oeste assim como o encanto das próprias localidades. Ainda pensei em parar para apanhar uma pêra de pomares que já tinham sido colhidos mas não é em qualquer lado que dá para encostar a bicicleta com o atrelado. Nesta situação, um descanso dá bastante jeito.