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A poucos minutos do começo da aventura dos 600kms venho contar a minha história dos 400. Um dia mais atarefado do que previa e o nervosismo não me deixaram descansar convenientemente naquela sexta feira. Para variar chego em cima da hora a Vila Franca de Xira. Acabai por sair do ponto de partida uns minutos depois da meia noite, tempo que demorei a colocar alforges, luzes e outros apetrechos.
Desta vez a Motobecane Grand Touring foi equipada com pneus Michelin World Tour, menos resistentes ao rolar que os semi-confort do ultimo BMR. Os cubos foram revistos e levou também uns alforges à frente (invenção caseira, obrigado Jorge) que muito jeito deram para transportar as bebidas energéticas, também uma estreia para mim. A iluminação ficou a cargo de um foco super potente a bateria, uma “chinesice” como de resto muitos participantes usam e que muito me surpreendeu em termos de autonomia. Estriei também as TACX Lumos e coloquei as obrigatórias luzes vermelhas traseiras. Na mochila ia também uma lanterna de backup. As rodas também tinham uns leds coloridos que acabei por arrancar por estar a incomodar o andamento.
Sai de Vila Franca de Xira com uma atitude bastante relaxada, com a única preocupação de ir vendo a velocidade e média. Com a ajuda dos ditos pneus, os primeiros kms foram feitos a rolar descontraidamente, contente com o progresso feito, bebericando a mistura de água com mel e limão até que encontrei um colega com um furo. Situação resolvida, este colega do pedal, que por sinal está mais virado para o atletismo e até já participou no Ironman, foi a minha companhia durante os primeiros 200kms. A companhia conjugada com uma alimentação cuidada e uma noite agradável fizeram com que nomes Pegões, Vendas Novas, Montemor-O-Novo, Évora, fossem ficando para trás noite fora. Obrigado Carlos!
Finalmente em Évora as luzes puderam ser desligadas e o encanto do amanhacer a pedalar no Alentejo deu novo alento à jornada.
No primeiro posto de controlo cometi um enorme erro que me ia custando caro. Ingeri produtos lacteos! Depois de me espojar pelo chão e ver o mundo rolar ao contrário lá voltei ao normal. Perdi foi mais alguns minutos que o necessário.
Já próximos de Moura o Carlos acabou por acelerar o ritmo e deixar-me , uma decisão muito ajuizada, ia acabar por atrasa-lo bastante. Curiosamente foi neste troço que me cruzei com verdadeiros randonneur, viajantes de bicicleta pelo alentejo. Nenhum portugues, como é de esperar.
Tinha planeado almoçar em Moura como deve de ser. Infelizmente acabou por ser outro erro. Não esperei tempo suficiente no fim do dito almoço, e esta pressa acabou por se revelar fatal para o resto da jornada.
Sai de Moura na companhia da Angela, uma randonneur que desta vez optou por não realizar o BRM por lesão anterior. Depressa me apercebi que o sobe e desce iria ser mais acentuado e cedo passei a ver a colega à distância. O cansaço acabou por ser tanto que acabei por me deitar debaixo de uma árvore, já sem conseguir avisar que ia parar, para dormir um pouco. Depois da pequena sesta, senti-me outro! E ainda acreditei que acabaria o percurso. Enganei-me!
Apesar de ter pedalado alguns kms com vontade e fazendo as médias necessárias para chegar ao fim, o calor abrasador daquele fim de semana e a má disposição que se ia acumulando obrigaram-me a nova paragem. Desta vez para vomitar. Curiosamente, senti-me optimo depois disto mas devo ter “estragado” qualquer coisa cá no motor porque do lado direito tinha uma dor forte. Uns kms à frente, no posto de controlo de Viana do Alentejo, apercebi-me do tempo que tinha demorado a fazer aquele troço , tempo que nunca iria recuperar e para chegar ao fim teria que fazer uma velocidade que a tal dor já não me deixaria. Decidi ficar por ali, aos 270kms ou qualquer coisa parecida. Ao fazer a viagem de volta de carro apercebi-me de quão acertada foi a decisão: o desnivel do terreno só iria piorar e mesmo quem tinha muito mais preparação fisica que eu admitiu que foi um BRM duro de roer.
Este ano não participo em mais nenhum BRM. Depois de falhar os 300kms e os 400kms, seria uma irresponsabilidade participar nos 600kms. Preciso de muito treino e uma bicicleta mais adequeada ao meu tamanho, mesmo mantendo-me com a mania de participar de clássica. Preciso também de acertar na alimentação, é que de todas as comidas e bebidas que ingeri neste BRM, o que meu deu mais força e melhor me soube foi uma sandes caseira feita pela patroa! E que patroa, que apanha uma seca brutal à minha espera durante um dia inteiro. Obrigado.
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