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Abril 14, 2009Março 16, 2010

PR4 – Rota dos Caleiros – Percursos Pedestres da Serra do Caramulo

Quando faço alguma espécie de pausa do dia a dia tento fugir dos destinos normais e enveredar por actividades que me façam realmente bem. Tive a sorte de conseguir emprestada uma pequena mas simpática casinha de pedra na Serra do Caramulo. Já tinha decidido em casa que o percurso a ser feito iria ser o PR4 Rota dos Caleiros, até por uma questão de proximidade ao sitio onde fiquei.
O que é um caleiro? Bem, se não estou em erro é um canal para levar água aos locais onde ela seja precisa. Hoje em dia substituídos por tubos, constroem-se caleiros em metal para apanhar as chuvas dos telhados.

Nuvens nos vales do Caramulo
Nuvens nos vales do Caramulo

A perguica e a estrada que ainda tinha que se fazer de carro fez com que a caminhada só tivesse inicio para lá das 9 da manhã, não no local habitual, a base do Caramulinho, ponto mais alto com sensivelmente 1075 metros, mas um pouco lá mais para a frente, num largo da eólica, para fugir ao pessoal de salto alto que vai visitar o Caramulinho. Aliás, desagrada-me bastante que existam estradas alcatroadas até estes sítios. Apesar da hora o dia apresentava-se nublado, as nuvens engoliam os cumes e os vales tornando a paisagem fresca e inspiradora.
Também fiz o percurso ao contrário do predefinido, ou seja, afastando-me do Caramulinho em direcção a Cadraço. Os trilhos antigos em pedra estão presentes em grande parte do percurso e levam-me a imaginar como seria (ainda mais) difícil a vida de outros tempos por estas paragens.
A pedra nua pode ser motivo de divertimento. Muitas vezes vejo-me parado a discutir com o que é que se parece aquele monte de pedras esculpido pela erosão ao longo dos milhares de anos. Uma pessoa, um sapo, um dragão, enfim. Esta beleza da pedra não se pode explicar. É preciso estar lá, respirar o ar puro, sentir a paz, o silêncio para perceber de que se fala.
Entretanto chegado a Pedrogão vi algo que não sei se me deixa ou não um pouco transtornado. Já se sabe que apesar da proximidade de vilas e cidades estas aldeias estão um pouco esquecidas. É normal ver garotos de botas de trabalho, muitos possivelmente guardam rebanhos. Não tem nada de mal, irão ser bem mais saudáveis que os garotos da cidade, pelo menos teoricamente. Bem, já me estou a esticar, a imagem que queria transmitir é: um desses garotos a ir ao correio e vir para casa com um Laguna à porta. Algo está mal nesta paisagem.

Vista da capela de Jueus
Vista da capela de Jueus

Entre pedra (note-se a grande pedra em equilíbrio próximo de Pedrogão, capelinhas, animais (domésticos e não domésticos se tivermos sorte), alminhas ou pelo menos o que eu penso que sejam alminhas chegamos a Jueus e da sua capela, além do interesse histórico, temos um ponto de vista magnifico para o vale onde aliás se podem ver restos de uma outra povoação de nome Carvalhal onde passa um caminho de pedra que serpenteia encosta abaixo.
Por esta zona também se podem observar moinhos. A água é uma presença constante, transparente e barulhenta mais um elemento da pureza da montanha. Novamente as casas ficam para trás e daqui até ao Caramulinho predominam as formações rochosas e quase não se dá pela estrada alcatroda que se dirige para Malhapão de Cima. O trilho/estradão que liga esta estrada ao Caramulinho é particularmente rochoso e chegados ao estradão existe uma mistura de paisagem rochosa com pastagens para o gado. Este pequena parte já a tinha feito de bicicleta na subida ao Caramulinho e verdade seja dita, andei todos os 8kms do percurso a pensar em levar para ali a bicicleta. Por falar em bicicleta, mais uma vez encontrei fitas de eventos de BTT. Felizmente ainda não existe muito lixo nesta serra e é triste que o que seja encontrado no percurso tenha exactamente a ver com uma actividade de contacto com a natureza.
Chegado ao Caramulinho encontrei as já típicas personagens de salto alto e gel no cabelo a subir as escadas que levam aos 1075 metros de altitude mais coisa menos coisa. Curiosamente a fazer o percurso pedestre só encontrei um grupo de duas pessoas.
Concluindo é um percurso que se faz sem grande dificuldade, extremamente bonito e de uma paz impressionante. Querendo, pode-se demorar o dia todo quer saindo dos trilhos e explorando novos recantos quer parando para observar todos os pormenores da paisagem, flora e fauna.
O dia seguinte não foi muito animado: frio chuva e neve não me puseram à vontade para explorar mais um bocadinho. Sou fraco.

Seguir em frente
Seguir em frente

Localização do PR4 – Rota dos Caleiros

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  1. PR3 TND – Rota das Cruzes – Percursos Pedestres do Caramulo
  2. PR2 TND – Rota do Linho – Percursos Pedestres do Caramulo
  3. PR3 – Rota das Laranjeiras – Percursos pedestres de Sever do Vouga
  4. PR2 Cabreia e Minas do Braçal – Percursos Pedestres de Sever do Vouga
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Tagged Caramulinho, caramulo, Pedestrianismo, percursos pedestres
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Comments (6)

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  • matos Outubro 6, 2009 at 11:10 pm

    gostei muito do comentário e da sua experiência na serra do caramulo
    confesso que fiquei chocado com o relato de ver um menino buscar o correio e ter um laguna em casa
    é sinal que mesmo longe dos centros de decisão as crianças já sabem o que é o mundo
    mais:
    como natural e conhecedor das pessoas e dos locais do sitio em questão o unico carro dos moradores que existe é um fiat, assim os carros que estão na porta são das pessoas naturais desse maravilhoso local e que sairam para ter uma vida menos dura!!!
    discordo dessa visão do turismo em que os citadinos vão ver os rusticos no seu habitat natural.
    carlos matos

    [Responder]

    usaralho Resposta:
    Outubro 7th, 2009 às 8:35 am

    Obrigado!
    Quanto ao garoto, o que não gostei de ver foi a diferença entre a aparência da criança e o veiculo caro ao lado. O trabalho não faz mal e eu próprio trabalhei bastante em pequeno e ainda hoje trabalho na aldeia sempre que posso mas é preciso ter conta e medida, as crianças devem andar limpas. De qualquer forma também imaginei que fosse um veiculo automóvel de pessoas que foram em busca de outra vida.
    Passando ao outro lado da moeda, neste relato especifico falo dos citadinos que vão ao Caramulinho porque existe uma estrada para deixar o automóvel no sopé do monte. Se assim não fosse este tipo de gente de salto alto nunca visitaria tal sitio o que seria de todo preferível. E depois de cinco minutos voltam para o carro. Mas talvez seja este o tipo de turista que dê dinheiro a restaurantes e outros estabelecimentos.
    Já eu, apesar de gostar de percorrer os recantos da serra a pé, acabo por ir aos tascos :D!
    Bem, espero que não leve a mal as observações, sendo natural da zona.

    [Responder]

  • André Romão Julho 3, 2012 at 7:37 pm

    Boa noite.
    Li alguns dos seus comentários sobre os trilhos e quero desde já dar-lhe os parabéns pelo site e por estes mesmos comentários.
    Eu sou da zona do Caramulo e já estou com vontade de percorrer alguns dos trilhos das redondezas.
    Alguns mais próximos já tive o prazer de percorrer várias vezes, em várias épocas do ano, a pé e de bicicleta, sendo que a rota dos caleiros foi um dos que mais me agradaram, quer pela serra em si, como pelos animais e pela paisagem.
    Também fiquei com a ideia de que os caleiros são aquelas pedras esculpidas para transportar água. Não me recordo se neste percurso estão colocadas placas com historias e explicações como no caso da rota dos laranjais (PR1), se não estão, é pena.
    Já agora convido-o a percorrer a rota dos laranjais, pessoalmente gostei de o fazer na época mais fria, com o rio cheio, os fungos no seu auge e as castanhas e as laranjas maduras, no entanto no verão também tem alguns troços agradáveis pela frescura…
    Cumprimentos, boas caminhadas e boas pasteleiradas!

    [Responder]

    Rui R. P. Rodrigues Resposta:
    Julho 16th, 2012 às 4:19 pm

    Fica anotada a sugestão e prometida uma ida ao Caramulo para breve, já à muito tempo que não respiro aqueles ares. Obrigado!

    [Responder]

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