Numa cidade onde se cruzam vários trilhos, incluindo o GR25.1, caminho de S. Tiago de Compostela, seria de esperar encontrar placas com indicações escritas para o inicio de cada um deles que marcações pertencem a qual. Mas quem for à espera de encontrar tais placas em Montalegre vai muito bem enganado e pode passar algum tempo à procura do inicio do trilho certo. As informações online também são escassas. É necessário uma visita ao posto de turismo para nos indicarem onde começa o que. Mas atenção que algumas placas que apontam para o próprio posto de turismo também estão erradas! Funciona no ecomuseu, próximo do castelo.

Bem, depois de nos colocar-mos no caminho certo, já à saída de Montalegre, percorremos uma estrada alcatroada até encontrar uma de terra batida que nos leva para o meio da floresta. Esta estrada e as seguintes, são na sua maior cheios de pó, largas e um bocado chatas não fosse a excelente paisagem de sobreiros ou carvalhos (não me lembro bem agora que penso nisso) com musgo (barba de velho?) que se mostra do nosso lado direito. Ao longo dos 21kms de extensão do percurso esperam-nos grandes vistas panorâmicas e bosques encantadores.
Fiz este percurso no sentido contrário ao recomendado, passando primeiro por Cambezes do Rio, uma aldeia encantadora onde pudemos reabastecer de água, aliás este percurso tem várias fontes em várias aldeias. Deixei portanto as vistas sobre a Albufeira do Alto Rabagão para o fim do dia, com o sol mais inclinado o que proporcionou uma agradável vista sobre a albufeira. Infelizmente os fogos florestais marcaram o horizonte constantemente.
Não vou descrever todas as curvas do percurso até porque a memória não é tão boa como desejável mas posso recomendar o percurso e dar alguns concelhos: primeiro, fazer o percurso com tempo, sempre são 21kms. Parti já perto das 15 horas o que me fez acelerar o passo e terminar já quase escuro. Segundo, levar calças. Gosto muito de calções mas as pernas acabam num estado pouco bonito por causa do mato rasteiro. Terceiro, dar muita atenção às marcações e não caminhar para muito longe em caso de duvida. Existem certos pontos onde as marcações estão pouco visíveis e na falta de mapa detalhado é necessário procurar o caminho a seguir. Por falta de informação não visitei o Fojo do Lobo de Avelar, estrutura que tinha como fim a eliminação dos lobos que perturbavam os rebanhos nos tempos idos.
A última parte do percurso é uma repetição da estrada de pó inicial. Mas esta estrada é facilmente perdoada se pensarmos no resto do percurso. De forma circular, com 21kms de extensão, flora e fauna com fartura não pode levar outro selo que não o do recomendado!