O que não faltam são bicicletas velhas. Vivemos num pais de ricos e os contentores do lixo são todos os dias preenchidos com objectos perfeitamente utilizáveis. Já para não falar na comida que muito boa gente desperdiça. Mas falemos apenas de bicicletas. Serão realmente bicicletas velhas?
Não é muito difícil encontrar bicicletas encostadas ao caixote do lixo que de velhas só tem a idade. Pneus e lubrificação e estão prontas a contribuir na salvação do nosso pequeno planeta, prontas para contribuir para uma vida melhor.
Imaginem: uma cidade onde quase toda a população anda de bicicleta mas que nenhuma pertence a ninguém. Imaginem que existem tantas bicicletas que podemos agarrar uma para ir de A para B, chegarmos a B, estacionar, ir à nossa vida e quando regressamos já não está lá a primeira bicicleta porque alguém a levou mas estará outra qualquer! A quantidade de bicicletas velhas que se mandam para as sucatas com certeza dariam para fazer algo do género. O problema não serão as bicicletas. O problema são as pessoas, como sempre. O problema é o sentido de superioridade que o povo associa à posse de veiculo automóvel. É um veneno que o povo não se importa de tomar. A sociedade portuguesa não está preparada para a partilha e para o convívio. O mais engraçado é que nos tempos em que ninguém sonhava com automóveis, conta a minha avó, o povo, a sociedade estava aberta a essa partilha. A era do automóvel é a nova idade das trevas e o indivíduo tem em si o rei, o senhorio e o carrasco.
Comments (1)
vai deixar de haver assim tantas bicicletas velhas e menos velhas… o ferro-velho voltou a estar na moda e pareve que dão(?) 5 € por cada chasso…
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